Programação cultural fortaleceu laços históricos entre os dois países
No último ano, o Centro Cultural Casa de Angola na Bahia reafirmou seu papel de importante polo de promoção da cultura angolana no Brasil. Uma intensa programação cultural fortaleceu os laços históricos entre os dois países
A passagem de pastas entre os Diretores Benjamin Sabby e Luandino Carvalho marcou o início de uma nova fase na gestão da instituição, mantendo seu compromisso de fortalecer os diálogos culturais e históricos. A parceria com as autoridades também refletiu em encontros com a Vice-Prefeita de Salvador, Ana Paula Matos, e com o Prefeito de Salvador, Bruno Reis, onde foram discutidas possibilidades de ampliação de parcerias culturais.
Entre os eventos mais simbólicos do ano, a celebração do Dia de África no Senado Federal ganhou destaque, com a participação da jovem escritora Otchaly, que, aos 15 anos, apresentou os livros “Nzinga, a Rainha Angolana” e “Determinação: A Minha História com o Bullying”.
No G20 Cultural, realizado em Salvador, a presença angolana evidenciou o fortalecimento das relações culturais entre Angola e Brasil. Sob a presidência do Brasil em 2024, o encontro reforçou o compromisso dos países membros com a diversidade cultural, a preservação do património, a economia criativa e a inclusão social.
O evento teve a participação de autoridades como a Ministra da Cultura do Brasil, Margareth Menezes, e a Ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, além do Ministro da Cultura de Angola, Filipe Zau. Durante a sua estadia no Brasil, o Ministro proferiu a conferência “Do Tráfico Negreiro ao Lusotropicalismo e à Lusofonia”, que promoveu uma reflexão histórica essencial sobre os laços que unem os dois países.
O diálogo com as comunidades angolanas no Brasil também esteve no centro das actividades culturais da Casa de Angola em 2024. Com o Secretário de Estado do MIREX, Domingos Vieira Lopes, realizou um encontro com a comunidade estudantil angolana da UNILAB no campus dos Malês, em São Francisco do Conde. Lopes também esteve presente na Conferência da Diáspora Africana, realizada em Salvador, ao lado do Embaixador Itinerante Alves Primo, promovendo debates sobre a identidade e participação da diáspora angolana no Brasil.
O fortalecimento dessas relações se deu ainda por meio de reuniões com as comunidades culturais e estudantis angolanas em Salvador, Rio de Janeiro e São Paulo.
Também houve momentos de visibilidade para a cultura angolana em celebrações nacionais brasileiras. Durante a Lavagem do Senhor do Bonfim, uma das maiores festividades religiosas da Bahia, a instituição reforçou as conexões entre as tradições afro-brasileiras e angolanas. No Desfile de 7 de Setembro, Dia da Independência do Brasil, Luandino Carvalho esteve com os chefes do Estado-Maior brasileiro e com o Comandante da 6ª Região Militar, General André Luiz Ribeiro, entre outras autoridades.
A Casa de Angola na Bahia apoiou o desporto, em virtude da sua importância para a identidade angolana. No futebol, Luandino Carvalho participou do encontro com a seleção da comunidade angolana no Rio de Janeiro. Também apoiou a delegação de veteranos, liderada por Akwá, que disputou o Torneio Quadrangular Futebol Masters em São Luís do Maranhão. No automobilismo, o piloto Rui Andrade, campeão mundial, representou Angola na prova de resistência 6 Horas de São Paulo.
No campo das artes, apoiou o documentário Canta Angola, dirigido por Ariel de Bigault, que apresentou ao público baiano a riqueza musical angolana. Outros momentos marcantes foram o show do cantor Matias Damásio, em Salvador, e o anúncio de que o enredo da Escola de Samba Tom Maior, em São Paulo, homenageará o país africano no Carnaval de 2025.
Outros nomes de destaque que estiveram em diálogo com a Casa de Angola incluem o ex-vice-presidente de Angola, Dr. Bornito de Sousa, e o Rei do Bailundo, Tchongolola Tchongonga Ekuikui VI, referência histórica e cultural para o povo angolano. Por fim, o representante do Centro Cultural também participou do Dia da Amizade Peru-África em Lima.
Inaugurada em 1999, a instituição é uma iniciativa do Estado Angolano, com apoio do Governo do Estado da Bahia. A Casa de Angola na Bahia está sediada no antigo Solar do Gravatá, uma construção da primeira metade do Século XVIII tombado pelo IPHAN, e está localizado no Centro Histórico de Salvador.